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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
LUTO
FALTAM 347 DIAS.
Como eu disse na última postagem (http://conscienciaacademica.blogspot.com/2009/12/primeiro-ane-digo-primeiro-ano.html), eu devia estar mesmo feliz, neste final de ano. Entretanto, não estou completamente feliz. Estou incomodado, estou incompleto, estou triste. Mais uma vez estou de luto, menos porque mais uma turma deixou nosso curso, mais porque mais uma vez nossa pequeninha que amamos como uma filha foi tirada de nós. Ela completou três aninhos recentemente, como eu já havia falado, mas, sinceramente, eu não vejo muito que comemorar, nesses seus pobres três anos de vida. Criada sem pai, sem lar definido, jogada de um lado para o outro, feito uma bola de tênis, sem amor, sem juízo e com tendência a ficar sem personalidade definida, em vez de lhe dar meus parabéns, só me restar dar meus mais sinceros pêsames a ela e ao seu irmão, que são frutos de comportamentos impulsivos, da falta de planejamento familiar e talvez tenham, portanto, se tornado pessoas indesejáveis sobre a face da Terra.
Então estou de luto, porque, para mim, ela está morta. Na verdade ela só vive "morrendo". Todas as vezes que ela vai embora, aquela menininha que passou alguns bons momentos conosco "morre", e depois vem outra completamente diferente, que não consigo reconhecer, em seu lugar. Mesmo assim, aprendemos a gostar da pequena "usurpadora", do mesmo modo.
Me sinto um criminoso em tê-la deixado partir. Ela nos ama. Ela não queria ir, queria ficar conosco, porque nós a amamos. Passaremos o Natal sem ela e seu irmãozinho. A mãe deles também deve sentir falta, mas pelo menos ela já deve estar acostumada. Do fundo do meu coração, eu me vejo obrigado a dizer que preferiria que Deus os levasse logo mesmo, antes que se corrompam, a vê-los levando uma vida assim.
Meus priminhos que moram nos Estados Unidos também "morrem e ressurgem" periodicamente. Só os vejo, no máximo, uma vez por ano. Eles sempre vêm diferentes. Pelo menos temos a certeza de que estão no "paraíso", sendo criados com amor e qualidade de vida, porque foram planejados e concebidos com amor, ao contrário dos nossos pequenos aqui do Brasil, que foram concebidos por acaso e que, chegando à fase adulta cientes disso, poderão desenvolver transtornos psiquiátricos.
Segundo o adágio popular, "você é eternamente responsável por aquilo que cativa". Quem lança seres humanos ao mundo e não tem condições de criá-los perto de si, melhor seria se fosse estéril.
Enfim, não tenho mais esperanças de voltar a ver nossa pequena, pelo menos na forma que eu a conheço. Melhor assim, porque talvez não me agrade ver no que ela deve estar se tornando e talvez ainda ponham a culpa em mim e na minha namorada por conta disso. Então só me resta deixar aqui uma pequena homenagem ao nosso "leãozinho", embora eu não seja torcedor do Fortaleza, e dizer a ela que descanse em paz.
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