Um dia desses, quando fui à missa em uma igreja em Fortaleza, havia um homem sendo bastante cumprimentado pelos outros fiéis, especialmente durante a parte da "paz de Cristo", quando todos se cumprimentam, pouco antes de receber a comunhão. Reconheci-o como sendo um cidadão que aparecera na TV, poucos dias antes, e que fora indicado a receber o troféu "Sereia de ouro", uma premiação anual fornecida por um grupo de comunicação cearense a quatro cidadãos cearenses de destaque (http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=674628). O cidadão era um procurador, um desembargador, ou algo parecido.
Quem nunca se espantou ao ver uma pessoa próxima ou que faça parte de seu cotidiano aparecendo em algum meio de comunicação, como rádio, jornal, TV ou Internet??? Quem nunca se espantou ao ver pessoalmente alguém que sempre aparece nos meios de comunicação??? Em ambos os casos, você nem acredita que se trata da mesma pessoa, não é???
A impressão que temos sobre aqueles que aparecem na mídia é que eles são tão distantes e que não são reais como nós, não é verdade? É como se fossem seres de outros planetas. Quando alguém do lado de lá das telas passa para cá ou acontece o contrário é como se houvesse um encontro de dois mundos. Como eu vivo em uma cidade média do interior, já me acostumei a encontrar nos lugares aonde vou pessoas que transitam nesses dois mundos. O espanto é ainda maior, quando o encontro entre esses dois mundos acontece nas grandes cidades, onde as pessoas estão mais afastadas umas das outras, não é verdade???
Tenho vários outros exemplos interessantes que me aconteceram. Hoje não me espanto tanto, porque alguns dos professores da minha faculdade vivem aparecendo na imprensa local.
Quando eu era garoto, o cantor Raimundo Fagner foi jogar futebol no campo do bairro em que eu morava na época. Uma tia minha que era fanática por ele correu até, mas ficou com vergonha de se aproximar. Então pediu que eu lhe fizesse o favor de me dirigir a ele e solicitar um autógrafo. Foi o que eu fiz. Ela não acreditou no que eu fiz e ficou insistindo: "Não, não é ele não. Não pode ser". Mas era. Se não fosse, ele não teria autografado. Não sei se ela ainda guarda esse autógrafo.
Algumas vezes, tive o privilégio de cumprimentar, em eventos públicos, os deputados João Alfredo e Artur Bruno e o senador Inácio Arruda.
Certa vez, recebi no consultório de um posto de saúde uma criança que se chamava Itauana. Perguntei à mãe se ela havia escolhido esse nome baseada em uma cantora que teve seu talento revelado ao participar de um reality show (http://videochat.globo.com/GVC/arquivo/0,,GO6556-3362,00.html). Ela confirmou. Então contei-lhe que a cantora Itauana foi minha colega de turma, quando eu passei pela antiga sétima série do ensino fundamental, e que terminou o ensino médio no mesmo ano e mesmo colégio que eu. Naqueles tempos ela já demonstrava aptidão para a música. Havia um professor de história que sempre dizia que o nome dela significava "pedra negra" em uma linguagem indígena. No entanto, segundo http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20061018170527AAwqW9h, pode haver outros significados. Eu não acompanhei aquele reality show, até porque não gosto desse tipo de programa, mas eu soube que ela, apesar de não ter vencido, conseguiu "cavar seu lugar ao sol". E por lá ficou. Saiba mais sobre a moça em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Itauana_Ciribelli.
http://fama.globo.com/Fama/0,6993,FTP1-4623-263,00.html.
Além dela, havia também outra moça, que se chamava Melissa, que também sonhava em ser cantora profissional e relevava talento para isso. Ela também chegou a participar de um reality show (http://www.terra.com.br/exclusivo/popstars/2002/07/20/000.htm, http://www.terra.com.br/exclusivo/popstars/2002/08/10/000.htm e http://www.terra.com.br/exclusivo/popstars/2002/07/27/000.htm) e eu soube que ela continuaria atuando como cantora profissional, mas não foi tão bem sucedida na carreira musical quanto Itauana. A única referência a ela que encontrei no Google foi: www.bnb.gov.br/content/aplicacao/eventos/programa_bnb.../musica.pdf.
Ouvi dizer que ela abriria uma grife de moda. Deve ser esta aqui: http://www.melissamatos.com/main.html.
Eu já havia comentado aqui sobre os infames reality shows (http://conscienciaacademica.blogspot.com/2009/01/oitava-edio-de-2009.html). Para mim, não parecem ser nada além de um elo entre a vida real e a vida do outro lado das telas, além de mais uma porta na interface entre os dois mundos.
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