Pensando em você
Estou pensando na Ane, há um mês.
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Aí vem o circo
“Pessoas sábias falam sobre idéias;
Pessoas comuns falam sobre coisas;
Pessoas medíocres falam sobre pessoas.”
Autor desconhecido
Como vocês já sabem, hoje estréia mais uma vez o Big Brother Brasil. O que há de novo nisso? Nada. A mesma lenga-lenga de sempre. O dia inteiro, aonde quer que você vá, não adianta fugir. Sempre alguém estará discutindo sobre isso. Aonde quer que esteja, seja em uma fila de espera em repartição pública ou em consultório médico ou odontológico, seja em uma loja de eletrodomésticos, enfim, onde houver um televisor, ele provavelmente estará ligado sempre no mesmo canal. Conclusão: para nós, o Big Brother dura, de fato, o ano inteiro. Se você estiver em uma churrascaria à noite, por exemplo, talvez você escape, porque esses estabelecimentos geralmente têm canais de TV por assinatura que lhes permitem captar transmissões de partidas de futebol em “pay-per-view”, para atrair mais clientela. Aí a diversidade de opções se torna maior. Impressionante a capacidade de alguns de endeusarem certos programas de TV, dobrando a grade de programação de várias emissoras ao mesmo tempo, 24 horas por dia. Por que 24 horas por dia??? Porque tem gente que acha mais importante manter esse canal aberto, já que tem gente desocupada o suficiente para investir todo o seu tempo em dar audiência àquele programa, do que manter uma emergência hospitalar funcionando, por exemplo.
O Big Brother nada mais é que um grupo de pessoas vulgares, fúteis e medíocres que viviam na interface entre a vida real e o meio artístico, achando que moravam na Disney e que, de repente, ultrapassaram a barreira e dali o máximo que deve sair é mais uma remessa de “gostosas” para as capas de revistas masculinas ou de personagens de revistas de buchicho. O culpado de tudo isso é você que fomenta essa mídia medíocre, comprando o que eles vendem e enchendo os cofres e o ego deles. São coisas de um país onde a mídia faz ode a mediocridade e o governo não investe a contento em educação.
Falando em mediocridade, olha essa notícia a seguir:
SBT perde um terço de telespectadores na década, informa "Ooops!"
Ainda na disputa pela vice-liderança da TV brasileira, o SBT perdeu um de cada três de seus telespectadores no horário de 7h à meia noite desde 2001. É o que mostram números obtidos com exclusividade pela coluna "Ooops!", do UOL.
Os dados do Ibope indicam que, no horário nobre --faixa em que as emissoras mais faturam com publicidade-- a audiência do SBT caiu quase que pela metade desde 2001, de 13,3 pontos de média para 7,4 (queda de 44%).
Leia mais em http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u481095.shtml.
Acho que isso aconteceu porque o SBT é a rede de televisão culturalmente mais pobre do país. Vence até a Globo em se tratando de futilidade, pois a Globo pelo menos tem uma programação um pouco mais diversificada e ainda tem suas produções originais. O SBT importa do México quase todas as suas novelas. O SBT já foi uma TV de grande utilidade pública, principalmente quando transmitia o melhor programa de jornalismo policial do país, o “Aqui Agora”, entre 1991 e 1997, cujo modelo foi copiado por várias emissoras em todo o Brasil. Não sei se você se lembra, mas o “Aqui Agora” foi tirado do ar para dar lugar ao “Fantasia”, aquele programa em que uns babacas enchiam os cofres da finada Telebrás e do Sílvio Santos fazendo ligações DDD para São Paulo a fim de participarem de jogos à distância com algumas garotas. Quem me vê escrevendo assim, deve pensar que não gosto de mulher. Pois eu lhe digo que gosto de mulher sim, mas não perco meu tempo vendo as que gostam de ser exploradas daquela maneira. Prefiro estar ao lado da minha mulher, que é real e decente. Talvez o “Aqui Agora” tenha saído do ar também porque perdeu terreno para o “Cidade Alerta”, da Record.
Tudo isso aconteceu numa época em que o SBT era para mim o canal menos atrativo, por sua vulgaridade apelativa e extrema. Uma época em que o SBT mantinha sua audiência às custas do grupo “É o tchan” e da cantora e atriz mexicana Thalia, mas sobre esta não vou comentar porque ela é “café-com-leite”. Se não me falha a memória, em quase toda a grade de programação do SBT, no fim dos anos 90, o produto mais anunciado era o bumbum da Carla Perez, que devia estar presente em todos os programas da rede, porque para eles era tão sacralizado como hoje é o Big Brother, para a Globo, mais importante até que o Jornal Nacional e a novela das oito. Contam que, em certa edição do programa de Hebe Camargo, no SBT, o Padre Marcelo Rossi se fez presente e inventaram de chamar a Carla Perez para rebolar a bunda no mesmo dia, causando constrangimento ao sacerdote. Ela passou dos limites, mais do que no dia em que o governo baiano deu aval para que ela dançasse nua nas ruas do Pelourinho, em Salvador. Naqueles tempos, os Mamonas Assassinas, quando estavam no auge da carreira, tinham “cadeira cativa” todos os domingos, no programa “Domingo Legal”, do SBT, sempre cantando aquelas mesmas músicas que eu ouvia meus amigos cantarem e que eu não cantava porque não gostava e porque tinha vergonha. Apesar de o grupo com seu estilo musical não ser um exemplo tão bom a ser seguido, não preciso lembrá-lo da comoção nacional causada pelo acidente que os ceifou. Eu gostava dos Raimundos, que foram fortemente inspirados nos Mamonas, mas os Raimundos eram, eu diria que mais refinados. Mas isso já são outros quinhentos. Não posso perder o foco agora. O fato é que aquela “cadeira cativa” do “Domingo Legal” foi logo ocupada pelo “É o tchan”, grupo que tentou a todo custo se eternizar e durar tanto quanto os Rolling Stones ou os Demônios da Garoa. Toda vez que saía algum integrante, eles abriam “edital de concurso público” para novo integrante, e a seleção era realizada, pasme, no “Domingão do Faustão”, na Globo. O que é o “É o tchan” hoje??? O que é Carla Perez hoje??? O que importa é que ela não fez falta, até porque pretensas substitutas para ela hoje existem aos borbotões.
Até pouco tempo atrás, o SBT não tinha telejornalismo. Ainda bem que eles já corrigiram essa falha. Mas o SBT no fim dos anos 90 também tinha seu lado bom. Ele tinha uma coisa que faz falta hoje: programação esportiva. Lamentavelmente, quase todas as transmissões de grandes eventos esportivos, como os Jogos Olímpicos e as Copas do Mundo, por exemplo, estão sendo monopolizados. Já perderam a graça.
A televisão aberta no Brasil está em estado deplorável. Só para ter idéia, saíram do ar bons programas e que tinham grande utilidade pública, como o Linha Direta, na Globo, e o Cidade Alerta, na Record, que foram trocados por “tapa-buracos” sem grande repercussão.
Voltando à questão do Big Brother, há algum tempo eu vi um filme chamado “Show de Truman”, com Jim Carrey como protagonista. Com esse ator, já sabe o que esperar. Entretanto, esta não é mais uma daquelas comédias em que ele faz tantas macaquices como fazia em “Ace Ventura”, “O Máskara” e “O Mentiroso”. Está mais para uma comédia reflexiva, como em “Brilho eterno de uma mente sem lembranças”. “Show de Truman” faz uma crítica indireta à febre dos “reality shows” que invadiram redes de televisão do mundo inteiro. O filme conta a história de um jovem que teve sua vida inteira monitorada e transmitida ao vivo pela TV, desde sua gestação até seu 30º ano de vida, mas ele não sabia disso. A cidade em que ele vivia era cenográfica e todos ao seu redor, pais, esposa, amigos e os demais moradores da cidade eram atores. Impressionante é a maneira como a mídia manipula a vida das pessoas que estão dentro ou fora dela. A cidade cenográfica fica em uma ilha, que é ligada ao continente por uma ponte. O diretor do programa preparou tudo para impedir que Truman saísse da ilha. Armou um acidente com o pai do garoto em alto-mar, para que ele desaparecesse e o jovem Truman ficasse traumatizado e com medo de chegar perto do mar. Em uma cena, quando Truman aparece dentro de um veleiro, o diretor se acha no direito de decidir sobre sua vida ou sobre sua morte, ao provocar uma tempestade artificial naquele alto-mar artificial. Naquela altura do campeonato, nada mais podia detê-lo. Ele já estava desconfiado. Não fazia mais sentido segurá-lo, pois ele já via a vida de outra forma. Cedo ou tarde aquilo aconteceria. Para saber mais sobre o filme, veja:
http://www.geocities.com/Area51/Dimension/4313/truman.htm.
http://www.cineplayers.com/filme.php?id=468.
http://www.terra.com.br/cinema/comedia/truman.htm.
http://www.adorocinema.com/filmes/show-de-truman/show-de-truman.asp.
http://www.cinemacafri.com/movie.jsp?movie=136.
http://www.imdb.com/title/tt0120382/.
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Evangelho de 13-01-2009
Marcos 1, 21-28
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Estando com seus discípulos em Cafarnaum, Jesus, num dia de sábado, entrou na sinagoga e começou a ensinar. 22Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei.
23Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: 24"Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus". 25Jesus o intimou: "Cala-te e sai dele"!
26Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu. 27E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: "Que é isso? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!" 28E a fama de Jesus logo se espalhou por toda parte, em toda a região da Galiléia.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
http://www.cancaonova.com/portal/canais/liturgia/index.php?dia=13&mes=1&x=22&y=6
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terça-feira, 13 de janeiro de 2009
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3 comentários:
Uma ótima crítica! parabéns...
http://inspiracoesmatinais.blogspot.com
Você falou tudo, não tenho nem palavras...
Só mais uma coisa: Eu ainda acho que cada emissora tem alguma coisa boa, quer dizer, muuuito boa!
Dentre todas as emissoras, a que eu mais assito é o SBT, mas não pra ver aqueles programas fúteis do Silvio Santos (que eu também não gosto), mas por eu A-M-O os seriados que passam por lá, e mesmo as pessoas falando: 'A baixa da internet' eu acho bem mais legal ter um horário pra assistir!
Enfim, eu também não gosto de BBB, e acho ridículo as pessoas sempre deixarem na globo por causa do BBB, porque tem muita coisa melhor para assitir do que BBB!!
beijooos :*
Não comentarei sobre a noticia em sí, já alertando que nao assisto BBB, mas tenho uma visão sobre isso e sobre sbt e tal..nao quero detalhar aqui, mas comentarei sobre a sua forma exemplar de escrever e dar a noticia. Muito boa escrita, jornalisticamente bem conduzida. Gosto de ler o seu estilo de comentar fatos e trazer informações.
Abraços
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