Segundo matéria do site do CREMEPE (Conselho Regional de Medicina de Pernambuco), Brasil gasta R$ 4 bilhões por ano com as vítimas da violência. Você pode conferir em http://portal.cremepe.org.br/publicacoes_noticias_ler.php?cd_noticia=1934. A matéria confirma uma coisa que eu já sabia: que a violência compromete a saúde e a qualidade de vida das pessoas, que ao saírem de casa, sentem mais medo de serem assaltadas do que pegar dengue, por exemplo.
Todo mundo aponta a mesma solução: investimentos em educação, moradia, emprego, alimentação e lazer. Não nego que tudo isto seja importante para evitar que mais jovens ingressem no crime, pois a violência está, grosso modo, vinculada às desigualdades sociais, mas acho importante lembrar que a violência também é uma questão de caráter. Isto me faz lembrar agora que estou devendo uma postagem a respeito de uma pesquisa realizada por algumas universidades gaúchas envolvendo menores infratores que serão submetidos a exames de ressonância magnética do cérebro. Então, os investimentos sociais têm que estar associados com ações policiais, porque ainda persiste uma meia dúzia de gatos pingados que farão de tudo para sabotar qualquer ação social e continuar corrompendo crianças e adolescentes. Você já se perguntou o porquê de, apesar de tantos criminosos serem presos ou morrerem e de tantas armas serem apreendidas, especialmente em Fortaleza, com a implantação do Programa Ronda do Quarteirão, esta violência parece não ter mais fim e, quanto mais o tempo passa, pior? Minha teoria diz que esses delinqüentes que todo dia aparecem nos programas policiais não são tão pobres coitados assim, mas representam apenas a ponta do iceberg. Eles passam, eles se vão, mas parece que aqueles que estão nos bastidores do crime permanecem ganhando dinheiro às expensas da violência. São verdadeiros parasitas da miséria humana. Eu me refiro aos grandes patrocinadores da violência, que são os locadores de armas de fogo (no Ceará existem pessoas que alugam armas clandestinamente), os receptadores de objetos roubados e, como não poderia deixar de ser, os narcotraficantes. Em comunidades carentes, pode faltar tudo, como rua com calçamento, saneamento básico, posto de saúde, escola e iluminação nas ruas. Só não podem faltar ladrões. Quanto pior a situação estiver, melhor para eles, mesmo que seus familiares e amigos sejam prejudicados. Eles também são uns parasitas. Alguns se deixaram corromper e querem corromper também mais gente. É muito difícil trazer essa gente de volta à lucidez e torná-los pessoas honestas.
Concordo com o que diz o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Osmar Terra: "A violência não está em toda a parte. Temos de saber quem são essas pessoas e onde estão. De forma organizada, ampliaremos a oferta de serviços para saúde física e mental. E quanto mais serviços, menos violência". Eu ainda acrescento apoio espiritual. Se esses delinqüentes se convertessem efetivamente a alguma religião, acredito que eles deixariam o crime. De nada adiantarão aquelas medidas enquanto as autoridades não atingirem quem está armando crianças e adolescentes, quem está comprando as coisas que eles roubam e os traficantes, que geralmente se fundem com os outros dois grupos que eu mencionei. Vejo de vez em quando os programas policiais das emissoras de TV cearenses e percebo que muito raramente esses "padrinhos" do crime organizado são presos.
Os profissionais da saúde não podem fazer muito para propiciar mais segurança à população sozinhos. Precisam do apoio de outros setores, principalmente da segurança pública e do Poder Judiciário.
Nesta página, vai encontrar links para estudos sobre a violência em Pernambuco e no Brasil: http://portal.cremepe.org.br/publicacoes_noticias_ler.php?cd_noticia=404.
Uma lista de propostas das entidades médicas pernambucanas para os candidatos ao governo daquele Estado nas eleições de 2006: http://portal.cremepe.org.br/publicacoes_noticias_ler.php?cd_noticia=740.
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