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sábado, 21 de novembro de 2009

Consciência negra

A data de ontem, como você já deve saber, foi Dia da Consciência Negra. Acho que nem precisava ser feriado (http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2009/11/19/680+municipios+do+pais+tem+feriado+amanha+9126278.html). Bastava que não deixassem a data passar em branco.

Devido à importância delas na formação do povo brasileiro e a tudo que elas têm sofrido, acho justo que as pessoas negras tenham direito a um dia consagrado de verdade a elas, porque o dia 13 de maio, data da assinatura da Lei Áurea, que teoricamente as libertou da escravidão no Brasil, mas libertou da escravidão para o desamparo, como se o governo da época quisesse apenas se livrar de um fardo, e que foi feriado em 1988, tem apenas um sentido ligeiramente cívico e é mais lembrada por ser dia de Nossa Senhora de Fátima. Salvo engano, acharam melhor escolher o dia 20 de novembro por ser aniversário da morte de Zumbi, líder do quilombo dos Palmares, que existiu como principal foco de resistência à escravatura, no século XVII.

Mês passado, você deve se lembrar de quando comentei sobre a escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016 e fiz referência ao sutil protesto feito por atletas afro-americanos contra o racismo nos Estados Unidos, quando eles subiram ao pódio, nos Jogos Olímpicos de Cidade do México, em 1968 (http://conscienciaacademica.blogspot.com/2009/10/postagem-de-03102009.html).

Apesar de a maioria das pessoas de cor ainda não terem obtido a cidadania plena, eu gostaria de ter nascido negro. Acredito que eu seria mais feliz assim, por quatro motivos:

  1. Os negros geralmente são pessoas bem humoradas e simpáticas.
  2. Muitos dos melhores atletas do mundo em diversas modalidades, especialmente no futebol, são negros. Eles geralmente têm melhor condicionamento físico. Não é a toa que, até pouco tempo atrás, a Corrida de São Silvestre era sempre vencida por atletas africanos. Os caras correm muito.
  3. Os negros sabem fazer música de qualidade, em qualquer lugar do mundo. Dou como exemplos o samba de Martinho da Vila e o romantismo de Lionel Ritchie. Um cidadão norte-americano que é casado com uma tia minha disse que os negros brasileiros fazem um tipo de música diferente do que fazem os negros de seu país porque eles são de etnias diferentes, oriundas de países diferentes do continente africano. Logo, teriam visões de mundo distintas, até pelas distintas influências dos meios culturais em que vivem. Além disso, não sei até onde isso influi na veia artística, mas os negros brasileiros são mais mestiços que os negros ianques, pois nos Estados Unidos não há a mesma miscigenação que temos aqui. O pessoal do Casseta & Planeta até brinca com isso, quando o De La Peña se fantasia de um Barrack Obama caricato, que é primo de uma mulher negra brasileira caricata, que é esposa de um Osama Bin Laden caricato, que vive escondido no Brasil. E esse Obama caricato adquire costumes e linguajar brasileiros. Para eles, é como se todos os afrodescendentes do mundo fossem iguais. Não é bem assim. Relembre a época em que ele foi eleito em http://conscienciaacademica.blogspot.com/2008/11/postagem-especial-de-domingo-09112008.html.

  1. Acredito que as pessoas negras vivem mais, porque demoram mais a envelhecer. Por outro lado, estão mais propensas às doenças cardiovasculares e o Captopril, que é o anti-hipertensivo mais elementar, não teria efeito significativo para elas.
De fato, eu não me considero 100% branco. Eu tenho algo de negritude. Tenho até alguns parentes negros.

Para comemorar atrasado a data, vou encerrar a postagem com o clipe de "We are the world", do álbum "USA & Africa", resultante de um consórcio que reuniu, há quase 25 anos, 45 artistas americanos brancos e negros, entre eles Michael Jackson, que nos deixou este ano. O álbum não foi necessariamente produzido com o intuito de fazer uma manifestação de cunho racial, mas sim humanitária, visando arrecadar fundos para socorrer vítimas da fome na Etiópia. Essa palavra "fome" é muito pesada. Me lembre de comentar sobre isto depois, por favor. Entre os músicos que participaram das gravações, havia um brasileiro, que já trabalhava na produção de trilhas sonoras para o cinema, em Hollywood (http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulinho_da_Costa).

Certa prima minha que morava conosco na década de 80 tinha o LP, ao som de cujas canções muitos de meus companheiros de faculdade nasceram e foram embalados. Saiba mais sobre aquela obra em http://pt.wikipedia.org/wiki/USA_for_Africa.

À propósito, como eu mencionei Michael Jackson, acho que ele merece que você reveja as postagens publicadas sobre ele:

http://conscienciaacademica.blogspot.com/2009/07/63-edicao-de-2009.html.

http://conscienciaacademica.blogspot.com/2009/07/57-edicao-de-2009.html.




 

sábado, 3 de outubro de 2009

Postagem de 03.10.2009



Apesar da vergonha que sinto em ter o Rio de Janeiro como cartão postal e espelho do meu país, não posso esconder minha surpresa e minha satisfação em saber que ele albergará as Olimpíadas em 2016. Desta vez, o Brasil, como em um jogo de sinuca, encaçapou duas bolas de uma vez, na mesma década, pois, nos anos 2010, sediará duas grandes competições internacionais, com um hiato de dois anos entre elas: a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Em outra oportunidade, quero comentar aqui a respeito da copa. Espero que possamos nos esforçar mais para que, até 2014, resolvamos a maior parte de nossas mazelas sociais. Apesar de o Rio estar longe de ser um modelo de qualidade de vida e de ser uma péssima influência para o resto do país, acredito que ele esteja apto a receber os Jogos Olímpicos. Isto ficou provado por “A + B”, quando o Rio foi sede dos Jogos Panamericanos de 2007. Correu tudo bem, apesar de os organizadores e o poder público terem dormido no ponto e executado a maioria das obras em cima da hora.
Me surpreendi porque achei que Tóquio seria a escolhida, por ter mais pontos positivos que as outras candidatas, entre eles o de ter mais vagas disponíveis em hotéis. Ainda bem que não foi, porque Tóquio já sediou uma vez, em 1964. Os outros países envolvidos também já receberam olimpíadas. O Brasil, assim como a maioria dos países subdesenvolvidos, nunca. O único deste grupo que conseguiu tal proeza até agora foi o México, em 1968. Naquela ocasião, dois atletas afro-descendentes norte-americanos, ao subirem ao pódio para receberem suas medalhas, fizeram o símbolo gesto de protesto dos black powers contra a opressão sofrida pelas pessoas de cor nos EUA. Pagaram caro por aquilo. Eles se tornaram símbolo da luta contra as desigualdades raciais, mas isto foi o fim de suas carreiras esportivas. Até um atleta australiano que subiu ao pódio com um deles e os apoiou abertamente foi apenado, do mesmo modo. São mártires do esporte. Deus os abençoe (http://en.wikipedia.org/wiki/John_Carlos).





Um dia desses, no Jornal da Globo, Arnaldo Jabor lamentou que, nos países que receberam olimpíadas recentemente, a maior parte da infra-estrutura esportiva montada ficou subutilizada ou até mesmo sucateada, após os eventos. Foi o caso de Atenas. Renovam-se as esperanças de que a vinda de dois grandes eventos esportivos internacionais ao Brasil incentive a prática de esportes entre crianças e adolescentes e de que os governos também incentivem essa prática no sentido de aumentar as oportunidades profissionais e de reduzir as desigualdades sociais. Espero que isso não seja mais uma vez “fogo de palha”, como se diz naquela clássica parábola do semeador, contada no Evangelho, que fala sobre sementes que chegaram a germinar, ao caírem em solo pedregoso, mas que não cresceram muito porque o solo era raso, pouco fértil, com raízes superficiais, e que acabaram ressecadas pelo sol. Comparo isso com a empolgação efêmera que contagia os brasileiros, durante as eleições, as olimpíadas e as copas:

"Eis que o semeador saiu a semear.
E quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na;
E outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda;
Mas vindo o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz.
E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram, e sufocaram-na.
E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta.
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça".

Mateus 13:4-9.
        
Enfim, apesar dos pesares, boa sorte para nós brasileiros e mãos à obra. Quem sabe um dia o esporte e a educação melhorem nossa qualidade de vida.
Saiba mais em:
Veja também a opinião do companheiro Felipe sobre o assunto: http://comcienciabrasil.blogspot.com/2008/09/pan-americano-do-brasil.html.

Relembrando a situação com reféns em Sobral que contei na última postagem (http://conscienciaacademica.blogspot.com/2009/10/postagem-de-01102009.html), gostaria que os policiais daqui lessem a seguinte notícia e aprendessem com os paulistas: http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1328197-5605,00-POLICIA+LIBERTA+REFEM+DEPOIS+DE+SEIS+HORAS+DE+NEGOCIACAO+EM+SP.html.



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