51ª edição de 2009

Peregrinos do SUS

Na edição da última sexta feira do Jornal Hoje, foi apresentada uma matéria sobre o drama de cidadãos que moram no interior do Estado do Espírito Santo e que precisam se deslocar para a capital do Estado em busca de atendimento médico especializado. Não sei porque eles escolheram justamente o Espírito Santo. Isto deve acontecer em todo o Brasil. O Ceará não foge a regra. Por isso não pude me conter calado e fiz o seguinte comentário na página do telejornal:

Essa cena mostrada na reportagem eu já vi antes. Ou melhor, vejo quase todos os dias. Sou estudante de medicina e quase todos os pacientes que já vi ou que vejo nos ambulatórios, clínicas e hospitais onde estagiei ou ainda estagio, seja em Fortaleza ou em Sobral, passaram por esta situação, porque são duas cidades tidas como pólos de referência em saúde do nosso Estado.
"O secretário de Saúde do Espírito Santo, Anselmo Tozi, disse que está tentando fazer parcerias com os prefeitos para levar médicos para as cidades do interior. Mas que os pacientes com consultas marcadas nos hospitais de Vitória têm de ser atendidos.
Já o Ministério da Saúde diz que nos últimos dois anos ampliou em R$ 6 bilhões a verba enviada a estados e municípios para que eles ofereçam exames, consultas e internações. Além disso, o ministério estimula a formação de redes intermunicipais de saúde para suprir as carências no atendimento médico."
Pelo menos lá no Espírito Santo parece que alguém está tomando providências. No Ceará, há algum tempo a Universidade Federal do Ceará (UFC) criou o projeto "Telemedicina", com o objetivo de levar médicos especialistas da capital a participarem via Internet e em tempo real de consultas realizadas por clínicos gerais ou por médicos de família no interior e tentar diminuir a necessidade de encaminhar pacientes para Fortaleza. O projeto já foi testado mas não sei se o projeto vingou.

Mesmo em Sobral, que é referência e que conta com uma moderna faculdade de medicina, ainda há uma grande carência de especialidades, como pneumologia, neurologia, endocrinologia, dermatologia, reumatologia, alergologia, cirurgias torácica e vascular, entre outras que só contam com 1 representante ou nenhum, e uma grande carência de exames complementares, sejam de laboratório ou de imagens. As emergências dos hospitais de referência, em Sobral e em Fortaleza, vivem lotadas. Muitos pacientes são mandados por outros municípios, às vezes até por outros Estados, e é questionável a real necessidade de a maioria deles estar lá, ou se seus problemas poderiam ser melhor solucionados se suas prefeituras melhorassem a atenção básica à saúde.

Saiba mais em
>http://g1.globo.com/Noticias/0,,FLC0-5597-4507474,00.html.



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Manchetes de hoje

Brasileiro recém-chegado do México é internado com suspeita de gripe suína

>http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u556523.shtml

Agência de turismo no Congresso

>http://uolpolitica.blog.uol.com.br/arch2009-04-26_2009-05-02.html#2009_04-26_18_07_54-9961110-0.

Sociedade fora de controle

>http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u556500.shtml



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Evangelho de 27042009

João 6, 22-29

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - ²²No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar percebeu que Jesus não tinha subido com seus discípulos na única barca que lá estava, mas que eles tinham partido sozinhos. ²³Nesse meio tempo, outras barcas chegaram de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão, depois de o Senhor ter dado graças. ²⁴E, reparando a multidão que nem Jesus nem os seus discípulos estavam ali, entrou nas barcas e foi até Cafarnaum à sua procura. ²⁵Encontrando-o na outra margem do lago, perguntaram-lhe: Mestre, quando chegaste aqui? ²⁶Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: buscais-me, não porque vistes os milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes fartos. ²⁷Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida eterna, que o Filho do Homem vos dará. Pois nele Deus Pai imprimiu o seu sinal. ²⁸Perguntaram-lhe: Que faremos para praticar as obras de Deus? ²⁹Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou. - Palavra da salvação.

http://www.catolicanet.com/?system=liturgia&action=ver_liturgia&ano=2009&data=27-04.


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Dengue no Brasil, já estava na hora de me pronunciar.

Dengue, dengue, dengue. Esta palavra entrando em nossos ouvidos todos os dias soa como o próprio zumbido das asas do Aedes aegypti.
Apesar de ser uma doença que aparentemente não é tão difícil de ser prevenida, diagnosticada, ou pelo menos de ser suspeitada, e tratada, ainda há muita gente adoecendo e morrendo por causa dela. Por quê???
Inicialmente, pode ser por falta de colaboração da sociedade, no sentido de prevenir a criação de focos do mosquito. Depois, quando aparecem os casos, eles são mal diagnosticados, e quando são diagnósticados, não são bem tratados. Mesmo em hospitais particulares morre-se de dengue. Onde foi que erramos???
No Rio de Janeiro, lugar onde a dengue está causando maior caos, reclama-se da falta de vagas nos hospitais e mais ainda da falta de profissionais. Como é? Falta de profissionais? Como pode uma das maiores cidades do país, onde médicos e estudantes de medicina se aglomeram e reclamam da abertura de novas faculdades de medicina, sentir falta de médicos? Onde estão os médicos do Rio???
Apesar disso, o governo daquele Estado está convocando médicos de outros Estados, principalmente pediatras, e até cogitando a possibilidade de convocar médicos de Cuba. Eu não entendo o que acontece no Brasil, reclama-se muito do excesso de médicos e de faculdades, mas na hora de uma calamidade pública, sente-se falta deles. No caso do RJ, eles são muitos, e por isso os salários são reduzidos, principalmente na rede pública. Isso tem gerado protestos no contexto da epidemia que parecem deslocar a discussão para o lado político. De qualquer maneira, é direito dos médicos locais se revoltarem com o desprezo por parte do governo estadual pelo trabalho deles.
Acredito que a rede pública não tivesse contingente capacitado e em número adequado, além de estrutura preparada para receber uma demanda tão alta, que também pode ser reflexo da prevenção inadequada.
Confira, por gentileza, esta notícia do jornal O Globo e outras notícias sobre a dengue no Brasil:

http://oglobo.globo.com/rio/mat/2008/04/02/estado_pode_chamar_medicos_cubanos_para_ajudar_no_combate_dengue-426645942.asp

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=526765

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=526849

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=526843

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=526853

http://www.opovo.com.br/saude/778879.html

PROMOÇÃO DA SAÚDE : só para notificar, constar e não passarem batidas as campanhas da IFLMSobral em março de 2008 (leia até o fim, por favor).

Peço perdão porque estou tardiamente informando aqui sobre as duas campanhas realizadas mais recentemente pela IFLMS (Federação Internacional dos Estudantes de Medicina), por meio de seu comitê sobralense. Não foi por desleixo, foi por falta de tempo mesmo.
No dia 08 de março, promovemos na Praça de Cuba, centro de Sobral, o Dia Internacional da Mulher. Foi a manhã inteira de panfletagem, aferição de pressão, dicas sobre o auto-exame do câncer de mama e sobre higiene bucal e distribuição de brindes. O que mais me dói é não ter escrito isto logo no mesmo dia e não ter escrito também um texto em homenagem às mulheres. Mas será que elas merecem tanto? Por que será que rastejamos tanto aos pés delas? Por que somos tão dependentes delas, mesmo depois de adultos e mesmo que tenhamos tudo que queremos? Próximo ano vou tentar responder essas perguntas, porque o clima já acabou, mas posso adiantar que elas merecem tudo isso e muito mais.
Agradeço àquelas que passaram por lá e nos deram algumas doses de atenção, aos que colaboraram com diversos recursos, e às galeras dos cursos de medicina, odontologia, psicologia e enfermagem, tornando nossa manhã chuvosa de sábado mais animada.
Na manhã de 14 último, uma quinta, a IFLMS realizou, em parceria com a LUNES (Liga Universitária de Nefrologia de Sobral), a campanha do Dia Mundial do Rim, no PSF do Junco. Quem estava lá e na Escola de Saúde da Família Visconde de Sabóia, que fica ao lado, era convidado a responder um questionário para saber se possui fator de risco de Doença Renal Crônica, aferirem peso, altura, circunferência abdominal e pressão arterial, e, em caso de algum fator de risco presente, orientadas a procurarem a Santa Casa, mais precisamente o setor de hemodiálise, para realizar gratuitamente exames de uréia, creatinina e glicemia de jejum. Quer saber mais sobre esta campanha? Acesse http://www.sbn.org.br/previna1.htm.
Posso adiantar que ela é realizada todo ano, na segunda quinta-feira de março, e se justifica pelo aumento da prevalência de Insuficiência Renal Crônica, na maioria das vezes causada por diabetes ou hipertensão, velhos problemas de saúde pública tão comuns e tão discutidos, assim como a dengue, mas parece que pouca gente os leva a sério e não se encontra uma solução para eles. Falando em dengue, olha só que revoltante: http://click.uol.com.br/?rf=hu-hn-man1&u=http://noticias.uol.com.br/ultnot/2008/03/21/ult23u1555.jhtm.
Isto me lembra uma canção dos Titãs chamada "O pulso". Nela são citadas diversas moléstias que afetam o povo brasileiro, que, apesar delas e de um sistema de saúde que ainda se esforça para combatê-las a contento, consegue sobreviver. Por isso que o refrão é "O pulso ainda pulsa".

O pulso ainda pulsa
O pulso ainda pulsa...

Peste bubônica
Câncer, pneumonia
Raiva, rubéola
Tuberculose e anemia
Rancor, cisticircose
Caxumba, difteria
Encefalite, faringite
Gripe e leucemia...

E o pulso ainda pulsa
E o pulso ainda pulsa

Hepatite, escarlatina
Estupidez, paralisia
Toxoplasmose, sarampo
Esquizofrenia
Úlcera, trombose
Coqueluche, hipocondria
Sífilis, ciúmes
Asma, cleptomania...

E o corpo ainda é pouco
E o corpo ainda é pouco
Assim...

Reumatismo, raquitismo
Cistite, disritmia
Hérnia, pediculose
Tétano, hipocrisia
Brucelose, febre tifóide
Arteriosclerose, miopia
Catapora, culpa, cárie
Câimba, lepra, afasia...

O pulso ainda pulsa
E o corpo ainda é pouco
Ainda pulsa
Ainda é pouco
Assim...