Dois lados de uma moeda
Conta Consciência Acadêmica
Lado A
Ontem fez quinze anos da conquista do tetracampeonato mundial de futebol para o Brasil, na Copa de 94. Não entendo porque a TV não tocou no tema. Só me lembrei quando vi uma reportagem no UOL. Sinceramente, aquela foi a melhor Copa do Mundo que eu já acompanhei, não apenas porque o Brasil ganhou, mas porque eu acredito que foi a melhor atuação da seleção brasileira em copas que eu já vi. Nunca mais os vi jogando com a mesma garra, nem com a mesma técnica e nem com a mesma seriedade. Tinha tudo para ir longe e se tornar uma das melhores equipes do campeonato, mas não imaginava que pudesse vencê-lo. Naquele momento, nossa querida seleção estava desacreditada que ninguém esperava por isso. Os jogos foram passando, a empolgação aumentando e veja aonde chegamos. Em 98, aparentemente a seleção tinha tudo para repetir a façanha, mas já entrou com o pé esquerdo no clima da competição: estavam todos acomodados com a vaga garantida naquela copa e ainda ébrios por causa da vitória na copa anterior, mídia fazendo sensacionalismo com a imagem de Ronaldo "Fenômeno", que apresentou história questionável de convulsão, no dia da final, e Romário dispensado em cima da hora. Em outras palavras: muito salto alto. Em 2002, não sei bem explicar o porquê, mas achei aquela copa meio sem graça, embora o Brasil tenha vencido. Talvez porque tenha vencido quase todas as partidas com muita facilidade. Em 2006, os pentacampeões entraram de salto alto outra vez e assumiram que são fregueses dos franceses.
Enfim, vamos recordar apenas o que é bom. Saiba mais sobre a receita de sucesso que levou ao tetra em http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2009/07/17/ult59u199801.jhtm e http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Times/Selecao_Brasileira/0,,MUL1231171-15071,00-HA+ANOS+UM+SONHO+SE+TORNAVA+REALIDADE+BRASIL+TETRACAMPEAO.html. Pena que essa receita não funcionou mais. Em outra oportunidade, vou comentar o que acho de uma parte da Copa do Mundo de 2014 vir a acontecer em Fortaleza. Por hora, vamos relembrar a glória do tetra. Eu me sinto lisonjeado porque tive a honra de ver as cenas a seguir e isso eu poderei contar aos meus filhos com muito orgulho. Por falar em filhos, aquele gol de Bebeto entrou para a história. E o gol "raio-x" de Branco? Fenomenal. Mesmo assim, ainda acho que a Seleção Brasileira é para jogar com a camisa amarela sempre, nada de azul.
Hoje, a tendência é que as copas percam a graça. As opções para assistir às partidas estão mais escassas, pois apenas duas redes de televisão, uma aberta e uma fechada, estão transmitindo os jogos, desde 2002. Me lembro que vi quase todos os jogos de 94 pela BAND, com a narração de Luciano do Vale.
Lado B
Por outro lado, ontem fez dois anos daquele acidente envolvendo um avião da TAM, logo depois que ele acabou de pousar, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, alguns meses após outra tragédia aérea, causada pelo choque de duas aeronaves. Aquilo agravou a crise no setor aeronáutico que já se desenrolava. Comentei sobre isto, ano passado, em http://conscienciaacademica.blogspot.com/2008/07/tragdia-da-tam-one-year-later.html.
Impressiona o quanto a vida perdeu valor durante estes anos, pois de lá para cá ninguém tomou providências para evitar que desastres aéreos voltassem a acontecer. Até parece que alguem ganha com isso. Logo eles tornaram-se mais freqüentes. Há alguns meses, um jato particular transportando uma família caiu no litoral baiano. Cerca de uma semana depois, um Airbus que seguia do Rio de Janeiro para Paris caiu no mar. Esta semana, um avião executivo brasileiro caiu na Venezuela (http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1234092-5598,00-SUPOSTOS+DESTROCOS+DE+AVIAO+DESAPARECIDO+SAO+ENCONTRADOS.html). Impressiona que esses acidentes aéreos nunca deixam sobreviventes. É como se alguém cometesse um crime e não quisesse deixar testemunhas. Impressionam o despreparo e a incapacidade das autoridades em prevenir situações como aquelas e em lidar com elas, quando ocorrem. Você percebeu que essas tragédias recentes ocorreram por mecanismos atípicos e que poderiam ter sido facilmente evitados? Percebeu que o tempo de resposta ao desaparecimento do Airbus foi demorado e que os trabalhos de buscas de sobreviventes, corpos, destroços e "caixa-preta" foram retardados, curtos, lentos e rudimentares demais? Por conta disso, muitos de nós ainda estamos boquiabertos, sem entender o que aconteceu, e talvez jamais tenhamos as respostas que precisamos. Não podemos calcular a probabilidade de haver algum sobrevivente da queda, de ele ter conseguido resistir à hipotermia e às outras adversidades e alcançado terra firme porque não conhecemos a "fisiopatologia" da queda. Talvez já soubéssemos se tivessem construído uma "caixa-preta" de vergonha, com sinal rastreável por satélite e que já tivesse sido encontrada.
Ministro da Defesa Nélson Jobim fez comentários típicos de um médico legista, que, na minha opinião, seriam inadequados de falar na imprensa e para os parentes das vítimas ouvirem, por serem meio cruentos: "De acordo com o ministro da Defesa, os corpos que apresentarem "abdome íntegro", ou seja, sem perfurações, podem voltar à superfície entre 48h e 70h. Já os corpos que tiveram o abdome perfurado, explicou ele, não retornam à superfície. Na avaliação de Jobim, é "muito difícil" encontrar corpos no fundo do mar. "Serão recolhidos os que boiam," disse. O ministro informou que o mar, naquela região, possui profundidade entre dois mil e três mil metros. Ele não excluiu a hipótese de haver tubarões na região". Confira em http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1181788-5602,00.html.
Atribuiram a seguinte frase ao Presidente Lula: "Se achamos petróleo e sal a 6.000 metros de profundidade, vamos achar a mala preta do avião
a 2.000m." Para uns, isto foi um sinal de esperança. Para outros, uma pilhéria, mais uma pérola do presidente. Confira em http://www.sarneyfilho.com/aplicacoes/Noticia/index.cfm?fuseaction=Noticia.MostrarDetalheNoticia&IdNoticia=8799.
No meio de toda essa confusão, houve espaço para boatos, desde a existência de sobreviventes até o envio de torpedos dos celulares dos passageiros para seus familiares (http://noticias.uol.com.br/ultnot/voo-af447/2009/06/03/ult7483u86.jhtm).
O acidente do AF 447 caiu no esquecimento da mídia, com a morte de Michael Jackson. Falarei mais sobre isso em outro momento. Encerro este lado triste da postagem pedindo a quem vier a este blog para que nos juntemos e cobremos mais dedicação das autoridades em cobrir as deficiências do transporte aéreo, minimizando os riscos de esses desastres voltarem a ocorrer.
Leia mais em:
http://www.opovo.com.br/brasil/894215.html;
http://noticias.uol.com.br/ultnot/voo-af447/;
http://noticias.terra.com.br/brasil/vooaf447/;
http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2009/airfrancevoo447/;
http://www.estadao.com.br/busca/JSearch/TQM!tQM.action?e=&s=voo%20af%20447;
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u575068.shtml.
3 comentários:
Caro Ynot;
Aquela foi a primeira e única vez que comemorei uma vitória "nacional" em plena Avenida Paulista. Foi maravilhoso ver tanta gente Feliz.
Maravilhoso? Inebriante!
E concordo. Seleção Canarinho, joga é de Amarelo, não de Azul!
Sobre os desastres aéreos confesso que não entendo. Desenvolvem-se cada vez mais tecnologias para aprimoramento de armas de guerra e não desenvolvem tecnologias capazes de evitar acidentes cada vez mais corriqueiros com aviões? Pior ainda, com tanta tecnologia, não se encontram caixas pretas?
É fácil ser frio, quando quem morre não são nossos entes queridos - e me refiro não só ao ministro.
Por último, Amigo de Boas Palavras, quero agradecer o favor prestado, seu comentário e claro Agradeço muito se divulgar a campanha. A imagem pode usar e agradeço se creditá-la ao blog do Tácito, eis o link:
http://xanadupoesias.blogspot.com/2009/07/diga-nao-ao-plagio.html
Ynot, mais uma vez Agradeço muito.
Beijos mil!!!
Vivemos em uma loteria constante. Em tudo que fazemos há um risco. Sempre há o risco de ocorrer um acidente aéreo, embora ele seja cada vez menor, ainda mais das maneiras como ocorreram esses últimos.
O caminho mais curto para atravessar o Oceano Atlântico, entre as Américas e a Europa, é aquele onde o AF 447 caiu. Não foi à toa que, durante a Segunda Guerra, os ianques instalaram bases militares no nordeste brasileiro, especialmente em Natal, no chamado "Trampolim da vitória", de onde aviões decolavam para atacar os alemães no noroeste africano, há cerca de dois mil quilômetros dali, uma distância irrisória para um avião. Presumo que, todos os dias, dezenas de aviões passam por lá sem problemas. Por que isso foi acontecer logo com aquele avião??? Muita desgraça para um povo tão sofrido como o nosso. Avião que parte do Brasil com passageiros brasileiros caindo no mar. Quem pensaria nisso???
Vendo fusca 67
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favor contatar- (11) 8757-9495
-Galvao Maciel
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