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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Postagem de 30.09.2009

"Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve."

Mateus 11:28-30

          Como posso então obter esse repouso se só vejo o purgatório adiante???
          Essa passagem bíblica é interessante. Me lembra um poema de Carlos Drummond, se não me engano, que fala algo sobre "carregar o mundo nas costas, porque ele pesa menos que a mão de uma criança". Como seria essa sensação???
          Aqui está. O poema se chama "Os ombros suportam o mundo".
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.


Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.


Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

          Gostaria de encontrar esse repouso em Deus, pois já não tenho mais forças para seguir adiante ou para desistir logo de tudo de uma vez. Mas pelo menos não estou sozinho.


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