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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Medicina de urgência: um exemplo.

Desta vez, vou ceder meu espaço para o texto de um amigo meu, no qual ele tece um breve comentário sobre o atendimento de urgência pré-hospitalar. Ele é integrante do PAPH (Programa de Atenção Pré-Hospitalar), que é um projeto de extensão da Faculdade de Medicina de Sobral, dedicado ao incentivo da prática acadêmica extracurricular na atenção secundária à saúde, e, se me permite o elogio, nunca fiz parte do projeto, mas conheço o trabalho deles e acho que é o melhor, mais atuante e mais bem-sucedido projeto de nossa faculdade.

SAMU 192 no Brasil e em Sobral

O atendimento pré-hospitalar é toda e qualquer assistência realizada, direta ou indiretamente, fora do âmbito hospitalar, através dos diversos meios e métodos disponíveis, com uma resposta adequada a solicitação.
Os primeiros relatos de tentativas de auxilio médico de urgência datam de 1792, por Dominique Larrey, cirurgião e chefe militar, que praticava os cuidados iniciais aos pacientes vitimados na guerra napoleônica, no próprio campo de batalha. Em 1955, na França, as primeiras equipes móveis de reanimação foram criadas, tendo, inicialmente, como principal objetivo o suporte a paciente vítimas de trânsito e a manutenção da vida dos pacientes submetidos a transferência inter-hospitalares. Nos anos 60, os médicos detectaram a necessidade de aumentar a eficácia do atendimento pré-hospitalar, surgindo, em 1968, oficialmente, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
No Brasil, até os anos 80, o atendimento pré-hospitalar era delegado ao militares do Corpo de Bombeiros, quando o SAMU teve início através de um acordo bilateral, assinado entre Brasil e França. O Ministério da Saúde optou pelo método francês de atendimento, que as viaturas de suporte avançado possuem obrigatoriamente a presença de médico, diferentemente do modelo americano em que as atividades são exercidas por paramédicos (profissão não existente no Brasil). Primeira cidade a ter os serviços do SAMU foi São Paulo, em 1988, baseado no modelo francês, mas com influência do modelo americano, particularmente no que tange a formação profissional. Atualmente, o Brasil possui 124 SAMU´s, dentre eles, está SAMU - Sobral.
Inaugurado em agosto de 2006, o SAMU de Sobral conta com 2 Unidades de Suporte Básico (USB) e 1 Unidade de Suporte Avançado (USA), atendendo 24 horas diárias, contando com uma equipe ampla de médicos, enfermeiros, auxiliares e motoristas. Todos foram capacitados para prestarem assistência eficiente em situações de emergência e urgência.
Além disso, a Faculdade de Medicina de Sobral também está presente no dia-a-dia do SAMU, através do Programa de Assistência Pré-Hospitalar (PAPH), um projeto de extensão, que possui atividades semanais de plantão no SAMU e auxiliam na capacitação permanente da equipe.
Através do número 192, ligação gratuita, o solicitante do socorro é atendido por uma TARM (Técnica Auxiliar de Regulação Médica). Ela obtém os dados da ocorrência e faz uma rápida triagem, eliminando trotes ou situações não atendidas pelo SAMU. Após isso, a ligação é repassada para o médico regulador, que vai fazer a triagem da gravidade da ocorrência e decidir se deve ser enviada para o local uma USA, caso haja a possibilidade de existência de risco imediato de vida, através do comprometimento das funções vitais, relacionadas abaixo:
• Comprometimento das Vias Aéreas (A);
• Comprometimento da Dinâmica Respiratória (B);
• Comprometimento da Dinâmica Circulatória (C);
• Comprometimento da Função Neurológica (D);
• Comprometimento funcional das extremidades (E);
ou USB, caso inexista a possibilidade de risco imediato de vida, onde compete atender pacientes traumatizados sem a possibilidade de risco imediato de vida e atendimentos a pacientes portadores de patologias clínicas, também sem risco de vida.
Atualmente, o SAMU 192 – Sobral, é referência para outras cidades como atendimento de excelência, eficiente e rápido e adquirindo cada vez a confiança da população e reduzindo a morbimortalidade das situações de emergências, cada dia mais presente no cotidiano das grandes cidades.

Felipe Arruda Magalhães, 7° semestre de medicina
e-mail: felipefamed@gmail.com

Aproveitando o embalo, já que o tema é SAMU, leia esta notícia do Diário do Nordeste, sobre a falta de cosnideração da população fortalezense com seu SAMU:
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=515295

Conheça o projeto do PAPH:
http://www.medsobral.ufc.br/paph/

Conheça o projeto nacional do SAMU:
http://dtr2001.saude.gov.br/samu/

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