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domingo, 29 de novembro de 2009

Abbey Road




Neste ano da graça de 2009, mais precisamente em setembro, completaram-se quarenta anos de lançamento do álbum Abbey Road, o último que os Beatles gravaram juntos, porém o penúltimo a ser lançado, pois o último a ser lançado, Let it be, foi uma coletânea de músicas avulsas gravadas previamente. Há uma semana, houve um tributo aos Beatles, realizado em Fortaleza, em alusão à data (http://www.nelsons.com.br/informasons/pgtextmusiapresentacao.asp?ptipo=2&pcod=3386).

Depois do White Album de 1968, que fez quarenta e um anos em 22 de novembro, Abbey Road foi o LP com as canções mais estranhas, mais rebeldes e mais marcantes do grupo, entre elas, "Because", "Come together" e a trinca "Golden slumbers/ Carry that weight/ The end".

Naquela época, diziam que os Beatles eram a banda do futuro, porque o repertório deles estava à frente de seu tempo. Deve ser verdade. Basta comparar as músicas deles com outras músicas da época e comprovar.

Há um causo interessante sobre o processo de preparação de Abbey Road. O grupo gravou usando um rolo de fita previamente usado como matriz, cobrindo uma gravação antiga. Depois eles perceberam que, após a gravação nova, sobrou uma faixa de 20 segundos da gravação antiga, na qual Paul canta ao som de um violão. Eles gostaram do som, batizaram a faixa de "Her majesty" e a incluíram no LP. Ainda não tenho evidências para dizer que eles tinham o costume de reaproveitar fitas velhas para gravar músicas novas, como se aquelas fitas fossem palimpsestos. Ah, você não sabe o que são palimpsestos? Deixe-me explicar: antes da invenção do papel, a escrita era feita em blocos de pedra ou em pergaminhos, que podiam ser reaproveitados. O que estava escrito podia ser parcialmente apagado por meio de lavagem ou de raspagem e um novo conteúdo podia ser escrito sobreposto ao antigo. Em outras palavras, um palimpsesto é praticamente um rascunho. Geralmente é o que fazemos, ao escrever no computador, com mais facilidade, é claro. Estou pensando até em batizar meu notebook de palimpsesto, porque nele é que eu faço todas as manobras para preparar minhas postagens. Saiba mais sobre os palimpsestos em:

http://www.letras.ufmg.br/site/publicacoes/download/palimpsestosmono-site.pdf.

http://vsites.unb.br/fac/ncint/site/parte33.htm.

Bem, eu fiz este pequeno desvio nesta postagem sobre os Beatles, porque me lembrei de um livro que eu li para prestar meu último vestibular, que me trouxe até aqui, um livro escrito pelo escritor e advogado cearense Virgílio Maia, natural de Limoeiro do Norte. Trata-se da coletânea de poemas "Palimpsesto e outros contos". Assisti a uma palestra do autor, na qual ele confessou que escolheu tal título para o livro por causa dos rascunhos que fez para gerar seus poemas. Acredito que ele também quis dizer que as idéias sempre se renovam e uma idéia sempre se sobrepõe a outra. Vale a pena ler esse livro, no qual constam poemas de crítica social, de valorização da cultura da região onde o autor nasceu e de culturas estrangeiras, como a cultura árabe, entre outras temáticas. Em uma edição de um jornal do ano passado, consta a opinião dele sobre o Dia dos Namorados (http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?Codigo=545574). Saiba mais sobre o autor em:

http://www.biografia.wiki.br/virgilio-maia-poeta.html.

http://www.ufc.br/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=5650&Itemid=90.

http://www.ufc.br/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=5653&Itemid=90.

Bem, de volta a Abbey Road, eles escolheram este nome para o álbum, porque é o nome do estúdio onde o álbum foi gravado e o nome da rua londrina onde fica o estúdio, que por sinal é bastante requisitado por artistas do mundo inteiro. O grupo Skank, que, coincidência ou não, também se declara bastante inspirado nos "Fab Four", foi a primeira banda brasileira a ter o privilégio de gravar lá. Abbey Road foi o lugar escolhido pelos mineiros para finalizar a produção do álbum Siderado, em 1998. Saiba mais em:

http://www.ufmg.br/copi/sempre-internas.php?p=submenu&menu_key=2&cont_key=77.

http://metropolitanafm.uol.com.br/artistas/skank/.

http://www.radiounifev.com.br/pagina.php?tp1=bandas&pid=56.

http://skank.uol.com.br/discografia/siderado/.

Surgiram várias histórias infames de que a obra dos Beatles, desde as letras das canções até os rodapés das capas dos LPs, seria recheada de mensagens subliminares, muitas delas insinuando que Paul McCartney estivesse morto e que houvesse um sósia em seu lugar. Quem criou aquela história "cabeluda" devia ter uma imaginação muito fértil. Saiba mais sobre aquela teoria maluca em: http://www.mensagens-subliminares.kit.net/msbeatles.htm?3f3c5488.


Saiba mais sobre o álbum em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Abbey_Road.

Abbey Road à brasileira. Artistas brasileiros se reuniram para gravar um CD com as canções da "Estrada da Abadia": http://www.radio.uol.com.br/album/v%C3%A1rios-artistas/beatles'69-abbey-road---revisited/18719.

Bar temático interessante que encontrei: http://www.abbeyroadbar.com.br/.

Página oficial do estúdio Abbey Road, com link para a câmera que capta imagens da famosa faixa de pedestres 24h por dia: http://www.abbeyroad.co.uk/.

Finalizo a postagem com o videoclipe da trinca Golden slumbers/ Carry that weight/ The end, que são as penúltimas faixas de Abbey Road. O título da faixa "The end", somado ao fato de o álbum ser na prática o último que eles gravaram juntos e às imagens do vídeo, enfim, tudo isso junto soa em tom de despedida. Tive que segurar as lágrimas, ao ver o clipe.

Um comentário:

Giane disse...

Palimpsestos lembrou - ainda que um não tenha nada a ver com o outro - de "Ex libris" um selo usado para marcar o livro de uma biblioteca pública ou particular. Não muito usado hoje em dia, mas algo que tem lá sua relevância, como os "rascunhos" para uma escrita final.

Quanto aos Beatles, eles acabavam a parceria justamente quando nasci.
Não pude curtí-los no auge, mas curti muito depois.
E curto até hoje.

Belo post, Amigo Ynot!!!

Beijos mil!!!