BlogBlogs.Com.Br
Seja bem-vindo ao blog Consciência Acadêmica.

Impressões pessoais sobre notícias ou sobre episódios cotidianos, além de informações de utilidade pública.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Tempestade em copo d’água

Tempestade em copo d'água


 


 

Você deve ter ouvido falar do recente caso de uma estudante universitária que resolveu ir à aula usando uma minissaia e isso, além de causar protestos e tentativas de agressão por parte dos outros alunos de sua universidade, levantou grande polêmica (inter)nacional (http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u650194.shtml). Tenho acompanhado o caso pela Internet desde o começo e estou "ligando os pontos" com as notícias que coletei, para dar meu parecer no final do texto. Saiba como tudo começou em:

http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL1365439-5604,00-EQUIPE+DE+ADVOGADOS+ESCONDE+ALUNA+HUMILHADA+POR+USAR+MINIVESTIDO+NO+ABC.html.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u649217.shtml.

http://editordouoltabloide.blog.uol.com.br/arch2009-11-01_2009-11-30.html#2009_11-09_16_29_41-131303758-0.

A moça trabalha em um comércio perto sua residência. Depois da confusão na universidade, coincidência ou não, ladrões oportunistas tentaram assaltar o comércio onde ela trabalha. O estabelecimento funciona há mais de quinze anos e nunca havia sido assaltado. Provavelmente eles queriam conhecê-la pessoalmente, mas precisava ser dessa maneira? Se a intenção era essa, quebraram a cara, porque ela já não estava mais lá (http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1364692-5605,00.html).

A reitoria da instituição chegou a expulsar a aluna, alegando que ela estava violando os regimentos da casa, pelo seu modo de se vestir, e que já havia sido advertida por isso. Mas eles viram que ela é "ré primária" e perceberam a repercussão dessa medida desproporcional, que requereu um pedido de explicações por parte do MEC (Ministério da Educação e da Cultura), como se pode ver em http://educacao.uol.com.br/ultnot/2009/11/10/ult105u8871.jhtm. Estranhamente, o site da universidade não faz referência alguma ao assunto, como se vê em http://www.uniban.br/.

Um blogueiro e jornalista, a quem foi atribuído o fato de revelar o caso à imprensa, teria recebido ameaças, como se vê em http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u649606.shtml e em seu blog http://www.botecosujo.com/2009/11/uniban-traduzida.html.

O incidente gerou protestos, a maioria deles a favor da estudante, alguns deles inusitados e bem humorados, como se vê em:

http://autonomiadasmulheres.blogspot.com/2009/11/ato-0911-em-defesa-da-autonomia-e.html.

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2009/11/09/ult5772u6009.jhtm.

http://educacao.uol.com.br/ultnot/2009/11/11/ult105u8882.jhtm.

Um certo meio de comunicação contratou uma atriz, trajou-a com roupas curtas e a pôs para desfilar em algumas faculdades da Grande São Paulo, a fim de testar a reação das pessoas que a vissem. A reação não foi tão violenta como na UNIBAN, mas a atriz também ouviu críticas e comentários maldosos. Confira em http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u650747.shtml.

E o que ela diz de tudo isso? Saiba em http://g1.globo.com/jornalhoje/0,,MUL1371968-16022,00-ALUNA+GEISY+ARRUDA+FALA+SOBRE+EXPULSAO+DA+UNIBAN.html.

A revista masculina Playboy, oportunista como sempre, não pode ver uma mulher se destacar de qualquer jeito que já quer faturar às custas dela. Depois eu vou comentar sobre tamanha mediocridade dessa parte da mídia. Confira em http://www1.folha.uol.com.br/folha/colunas/zapping/ult3954u650639.shtml.

Minha teoria é de que tenha ocorrido o seguinte: ela talvez já tivesse o costume de usar roupas pouco convencionais, que para ela eram "normais" e sem a intenção de dar o que falar. Mesmo assim, alguém na universidade deve ter se sentido incomodado (a) com seu jeito de se vestir e reclamado. Ao lhe chamarem à atenção, ela deve ter ficado muito revoltada e, ao invés de tentar corrigir esse "defeito", resolveu fazer birra e radicalizar mais ainda na indumentária. Em outras palavras, ela deve ter pensado algo como: "Ah, eles acham que eu me visto mal? Pois agora eu mostro a eles o que é se vestir mal". Não sei como ela teve tanta coragem de se vestir assim, ainda mais que no Sudeste costuma fazer frio nesta época do ano, principalmente à noite. Grande coisa. Naquela região, deve haver mulheres que se vestem de maneira mais provocante que ela, mesmo que esteja nevando. Então ela teria prolongado a caminhada da porta do campus até a classe, com um intuito de dar um "tapa na cara" de quem a criticou. Talvez ela não tivesse imaginado as conseqüências de seu ato. Se foi essa a razão que a levou a tomar aquela atitude, eu a apoio. De fato, existe muita gente que se importa com a vida alheia e que vê maldade em tudo e em todos, como eu comentei na postagem sobre o turista italiano que foi preso em Fortaleza acusado de "estupro vulnerável" (http://conscienciaacademica.blogspot.com/2009/09/questao-de-justica.html). Vou dar um exemplo: há alguns anos, uma de minhas irmãs ainda estudava em um cursinho pré-vestibular que parecia uma espelunca. Certo dia, ela foi à aula vestindo uma saia longa que se arrastava no chão, mas não a deixaram entrar porque estava "mal vestida".

Eu, que sou homem, nunca passei por constrangimentos por causa de roupas. Na minha faculdade, homem não pode entrar de bermuda. Em outras faculdades que compõem a minha universidade, pode. O único vexame que eu passei por causa de vestimenta foi em um dia de chuva, quando precisei causar os sapatos e cobri-los com sacos plásticos para atravessar uma rua alagada e chegar à minha faculdade. Ninguém reclamou. O máximo que ouvi foram risos.

Voltando ao caso de São Bernardo do Campo: onde já se viu uma minissaia causar tanto escândalo no Brasil, ainda mais no século XXI??? Século XXI. E daí? Vinte e um seria apenas mais um número? Talvez. O futuro não parece ser o que imaginamos que ele seria. Depois conversamos mais sobre isso. Enfim, é um absurdo que se faça tanta tempestade em um copo de água em um país moderno e liberal como o nosso só por causa de uma minissaia. Tudo bem que é preciso bom senso nas roupas e no comportamento, para saber respeitar ambientes e contextos, mas porque a mídia não se preocupa mais com menores cooptados (as) pela prostituição e pelo narcotráfico, por exemplo???

Ela também deve ter sua parcela de culpa por ter reagido assim, mas aqueles que se aproveitaram da passagem dela para promover tumulto e os que já diziam se incomodar com o jeito dela de se vestir antes da confusão são todos um bando de hipócritas. Hipócritas porque, qual o homem que não se sente atraído pela visão de um corpo feminino, ainda mais quando estiver bem desenhado e emoldurado, de acordo com a roupa que o cobre??? Os homens que reclamaram das roupas dela, antes e depois, estavam agindo contra a própria natureza. Acho que no fundo todos queriam que ela acabasse aparecendo daquela maneira algum dia e gostaram do que aconteceu. Algum até quiseram se aproveitar da situação e molestá-la, física e moralmente. Por outro lado, tudo depende de um contexto. Aqueles elementos não gostariam que suas namoradas ou esposas se vestissem como aquela jovem para que outros homens as vissem, nem que elas passassem pela situação que ela passou.

Eu também acho que ela exagerou. Não tanto pelo ato em si, porque, se você teve a oportunidade de ver as imagens do incidente, há de convir comigo que ela não estava tão descoberta como dizem. Até porque não acredito que ela tenha feito aquilo para aparecer e que ela soubesse o tamanho da confusão que causaria, a não ser que tudo de trate de uma grande encenação. Quem imaginaria que a passagem de uma mulher de minissaia causaria tanto alarido??? Se fosse uma atriz famosa passeando pelo campus, eu não me surpreenderia. Mas uma mulher do cotidiano e conhecida no lugar passando de minissaia, tudo bem, é bonito, reconheço, mas, o que há de mais nisso??? Se eu estivesse no lugar deles, não teria reagido da maneira como eles reagiram. Como naquela música de Chico Buarque, prá ver a banda passar, falando coisas de amor, tudo parou, mas depois que a banda passou, tudo voltou ao seu devido lugar. Como eu dizia, o exagero dela veio depois de tudo. Ela só quer voltar às aulas na sua faculdade se for escoltada por seguranças. Aí ela já está querendo demais. Depois só vai querer sair de casa em uma limusine blindada. Se você vir as reportagens sobre o caso, em algumas delas aparece a palavra "advogados", percebeu, "advogados" está no plural. Onde ela arrumou dinheiro para pagar mais de um advogado, sendo uma comerciária??? Quem está bancando os honorários deles??? Deve ser o namorado dela, se ela tiver. Até agora, não se sabe. Ela parece estar se aproveitando da fama e já fez até uma mudança de visual (http://ego.globo.com/Gente/Noticias/0,,MUL1376092-9798,00-APOS+ESCANDALO+DA+MINISSAIA+GEISY+MUDA+O+VISUAL.html). Deve ter sido também para evitar que a reconheçam nas ruas.

Às vezes tenho vontade de tomar uma atitude ousada também, mas para atrair mais leitores para meu blog. Não seria necessariamente como a dela. Vou pensar em algo polêmico para postar aqui e publicar aos quatro ventos.

Bem, fica aí a lição: vestir-se a caráter,conforme a situação e dançar conforme a música.


 


 

2 comentários:

Giane disse...

Olá, Amigo Ynot!

Eu não entendo bem o que aconteceu.
Já vi estudantes de micro shorts na universidade em que estudo e nada aconteceu. Acho que só eu reparei nos shortinhos que as estudantes usavam...
O que me deixou surpresa foi o comportamento grosseiro e nada educado de pessoas que estão estudando em uma universidade, pessoas que deviam ter um melhor comportamento e educação.
Como sempre digo, para a Matriarca, se nível de estudo fosse sinônimo de boa educação, ela seria uma selvagem o que definitivamente, minha mãe não é.
Não posso dizer o mesmo daqueles estudantes...

Beijos mil!!!

Anônimo disse...

Maxo, isso é imaturidade. Aqueles caras nunca viram mulher de minissaia na vida. Eles nem sabem mesmo o que é mulher. Devem ser uns filhinhos de papai que acabaram de sair do colégio, que ainda assistem Malhação e naum passaram em uma universidade pública prá ver o que é bom.