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quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Pimenta nos olhos dos outros...

    A vida dos médicos, principalmente pernambucanos, já não é fácil, ainda aparece um engraçadinho prá jogar na cara, dizendo que médico quer fazer todo mundo de palhaço e que médico não quer trabalhar. Gente que só sabe criticar os outros, mas que não faz nada prá melhorar a vida de sua comunidade. Por isso eu tenho ojeriza ao Ministério Público e Poder Judiciário. Gente que só sabe gozar do status e da grana em que estão montados, mas não fazem algo de produtivo para o crescimento do país e não salvam a vida de ninguém, enquanto nós da saúde nos esborrachamos para salvar vidas mesmo arriscando as nossas em vão. Que impactos na qualidade de vida da população pode gerar a construção de um megafórum, por exemplo?

    Por favor, leia-se e indigne-se, se for capaz.

CAOS NA SAÚDE

 

 

Resposta dos médicos ao procurador Paulo Varejão

Sobre promotores e palhaços...

O Procurador chefe do Ministério Público de Pernambuco declarou que o Sindicato dos Médicos e os médicos pernambucanos queriam fazer os promotores de 'palhaços'.

Antes de qualquer coisa, queremos repudiar o termo pejorativo para a profissão de palhaço. Palhaço é um personagem de circo que existe para alegrar as pessoas, especialmente as crianças. O palhaço não é subserviente a ninguém senão à alegria de todos.

Entristece-nos ver o Procurador-Chefe tentar responsabilizar os médicos pelo caos na Saúde. Ao mesmo tempo em que não se tem notícia da atuação dele para corrigir essa calamidade antes que o movimento demissionário, e não greve, tivesse se iniciado.

Entristece-nos ver como o Procurador Chefe e o próprio Governo de Pernambuco conduziram as negociações. Não é ético, confundir a população ao se fazer crer que o aumento anunciado é para esse ano quando na realidade é escalonado em pequenas parcelas ao longo dos anos de 2008, 2009 e 2010.

Entristece-nos não perceber nenhuma manifestação do senhor Procurador no que se refere ao pagamento de valores diferentes entre as especialidades como é feito para os neurocirurgiões. A verdade é que é muito fácil falar quando se vive uma realidade completamente diferente, visto que, não existem pagamentos diferenciados entre os promotores e que estes recebem dez vezes mais que os médicos.

Entristece-nos a tentativa de responsabilizar a classe médica pelas mortes, no cenário em que já foram convocados médicos militares para prestar esta assistência e quando se há decisão judicial para que se proceda com o internamento da população no serviço privado.

Entristece-nos a sociedade em geral ver o Governo Federal e Estadual com interesse na crise para legitimar sua desresponsablização com a sáude e a consequente privatização dos serviços públicos através das FUNDAÇÕES DE DIREITO PRIVADO.

Os médicos não têm parentes sócios de companhias telefônicas. Os médicos não têm histórico de carteira de trabalho vazia. Os médicos não temerão as ameaças porque trazem em si a bravura do povo Pernambucano de não se render àqueles poderosos ébrios da vaidade e insensíveis à capacidade de negociação pacífica.

A população sabe que é impossível haver aceitação de salários diferenciados entre médicos. A sociedade sabe que os cinco mil reais, pedidos pelos médicos, é apenas um quarto do que ganha um procurador ou promotor.

Precisamos da independência e da alegria dos palhaços para resolvermos a questão e não da parcialidade e preconceito de alguns que se propõem a intermediar às negociações.

Se houvesse imparcialidade, já haveria, por parte do Ministério Público, ação de responsabilidade pela forma de pagamento irregular pelo Governo aos neurocirurgiões e alguma ação civil pública pelo caos da saúde já teria sido efetivada ao longo dos últimos 18 meses, além de ação judicial que responsabilizasse os governantes pelos homicídios decorrentes da inércia e da omissão destes.

DIRETORIA DO SIMEPE
RECIFE, 06 DE SETEMBRO DE 2008

Da Assessoria de Comunicação do Cremepe.
Fonte: Simepe.

http://portal.cremepe.org.br/publicacoes_noticias_ler.php?cd_noticia=2512.

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