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sábado, 13 de setembro de 2008

Protecionismo da língua

    Não sei se você já observou, mas o Brasil é aberto demais às influências estrangeiras. Incorporamos muitos termos estrangeiros em nosso idioma. Isso faz parte da nossa cultura. A Língua Portuguesa do Brasil não é mais a mesma. É uma Língua Brasileira. Tem um pouco de tudo. Enquanto isso, em Portugal, procura-se preservar ao máximo a pureza da Língua Portuguesa. Tudo aquilo que nomeamos com palavras estrangeiras eles conseguem nomear com palavras da própria língua. Seria isso falta de originalidade da nossa parte? Acho que não. Pelo contrário. Esta miscelânea lingüística em que se tornou esta variante híbrida e vigorosa da última flor do Lácio é nossa marca registrada. A Língua Portuguesa é muito bela. Haja o que houver, ela não morrerá. Entretanto, acharia interessante se um dia esta grande aldeia global se unisse em uma só língua. Seria muito legal se um dia todas as fronteiras se abrissem, todos falassem o mesmo idioma, tivessem a mesma moeda e quem sabe a mesma religião. Por quê não? Já pensou se o Espírito Santo descesse sobre nós, como no Dia de Pentecostes, marco zero das igrejas cristãs, e todos os brasileiros absorvessem a língua inglesa, por exemplo, mas sem perder sua identidade, sem descartar seu idioma natural? Falando em idioma natural, uma descoberta interessante que eu fiz é que, na Irlanda, as línguas oficiais são o inglês e um dialeto celta, se não me engano. Não sei qual o percentual de pessoas daquele país fala aquele dialeto, mas acredito que eles o conservam como língua oficial não apenas com o intuito de preservar a identidade cultural do povo irlandês. Deve haver também algum objetivo prático nisto. Espanha e Canadá também são países bilíngües. No primeiro, os idiomas oficiais são espanhol e galego, no segundo, inglês e francês. Se não me engano, Bélgica e Suíça são países oficialmente poliglotas, onde grandes fatias da população falam duas ou três línguas diferentes. Se não me engano, países como Holanda, Alemanha, Suécia e Noruega adotaram o inglês como segunda língua oficial. Vários países asiáticos também adotaram o inglês entre as línguas oficiais, medidas interessantes porque os alfabetos que eles usam são bem diferentes do alfabeto latino que nós empregamos. Enfim, gostaria que um dia o Brasil também incorporasse a língua inglesa, já que ela tende a ser o padrão e nós também precisamos nos padronizar, até para que começássemos a nos tornar mais receptivos. Para que as entranhas de nosso país possam ser expostas como um livro aberto para quem quiser vir nos conhecer, precisamos nos tornar compreendidos pelos de fora. O ideal seria que eles entendessem português. Mas como isso é impossível, assim como é impossível compreendermos as línguas deles, porque não nos ajustamos com eles de acordo com um parâmetro? E o melhor parâmetro para nos unir agora seria o inglês mesmo.

    Resumo da ópera: escrevi tudo isso para dizer que o Brasil ainda não está devidamente preparado para receber em seu regaço a maioria dos visitantes estrangeiros. Muitas de nossas empresas fornecedoras de produtos e de serviços ainda não estão preparadas para lidar com aquela gente que, além de enfrentar as dificuldades de comunicação com nosso povo, não conhece direito nosso ambiente, desconhecendo os riscos e benefícios reais de estar viajando pelo Brasil. Nosso país tem muita gente boa e trabalhadora, mas também tem muita gente de má índole. Voltarei a comentar sobre isto em outra ocasião.

    Escrevi tudo isto até agora inspirado em uma notícia que refere a ojeriza dos italianos por expressões inglesas.


Italianos se revoltam contra palavras em inglês

Pesquisa em site da Itália indica que 'weekend' é a palavra mais irritante.

Uma pesquisa realizada pelo site de um dos mais influentes centros de estudo da língua italiana, o Instituto Dante Alighieri, apontou a palavra inglesa weekend como a que mais irrita os italianos.


Leia o resto em http://noticias.br.msn.com/artigo_bbc.aspx?cp-documentid=10245292.

    ATENÇÃO: esta postagem está sendo publicada pela primeira vez simultaneamente nos blogs Consciência Acadêmica e Comciência Brasil. Estou estreando hoje como redator do segundo blog. Então não deixe de nos fazer uma visita em www.conscienciaacademica.blogspot.com e www.comcienciabrasil.blogspot.com.

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