Nos últimos cinco anos, uma bactéria rara tem provocado algumas infecções no Ceará. Esta bactéria chama-se Burkholderia pseudonmallei, ou bacilo de Whitmore,
que vive no solo e na água, principalmente na Ásia e na Oceania, onde a melioidose, doença causada por ela, é endêmica, e os casos vêm aumentando desde o tsunami do Natal de 2004. Segundo o portal Yahoo (http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/080409/saude/medicina_bact__rias), o bacilo de Whitmore possui algo em comum com uma bactéria que infecta as plantas e que está sendo pesquisada em busca de drogas para o tratamento do câncer: o fato de produzir uma substância chamada siringolina A.
Este ano, houve uma morte confirmada por melioidose no Estado e há dois casos suspeitos. Os primeiros casos surgiram em 2003, no município de Tejuçuoca. Todos os pacientes que tiveram a doença desde então supostamente tiveram contato com águas de açudes em épocas de chuvas. Nenhum deles teria estado em países endêmicos, como na Austrália. Não se sabe como a bactéria saiu de lá e veio parar no Brasil. A infecção é cutânea, ou seja, pela pele íntegra. O diagnóstico deve ser difícil porque a doença apresenta sintomas diversos, inclusive febre e cefaléia (dor de cabeça), podendo ser confundida com a dengue, até evoluir para pneumonia e septicemia (infecção generalizada). Ele é feito basicamente por exames de sangue e de outros fluidos corporais, geralmente pelo crescimento do microorganismo em meios de cultura, além de exame sorológico. O tratamento é feito com medicamentos específicos para o microorganismo, como a Ceftazidima ou o Meropenem, ambos por via endovenosa por várias semanas, seguidos por uma combinação de Sulfametoxazol-Trimetopim (as populares sulfas) e Doxiciclina, ambos por via oral, durante 20 semanas.
Já faz um bom tempo que ocorreram os primeiros casos e as primeiras mortes por melioidose no Ceará. Pelo que me consta, foi o único lugar do Brasil com casos da doença. Não seria hora de as autoridades sanitárias engendrarem um trabalho preventivo maior, como rastreando as áreas de maior risco da doença, onde a bactéria pode ser encontrada e fazendo campanhas educativas para que a população só use água tratada (prover água tratada a quem não tiver, obviamente) e evite tomar banho em rios e açudes durante o período de chuvas, por exemplo. Isso não seria nada fácil, até pela nossa cultura, mas pelo menos devemos fazer que a população saiba que a doença existe e procure se prevenir e que os profissionais estejam preparados para reconhecê-la e agir o mais rápido possível.
Você pode obter maiores informações nos seguintes lugares:
http://busca.igbusca.com.br/app/search?o=ULTIMOSEGUNDOMATREL&q=melioidose
http://www.datasus.gov.br/cid10/webhelp/a24.htm
http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/3431
http://www25.ceara.gov.br/noticias/noticias_detalhes.asp?nCodigoNoticia=12113
Pode também baixar os seguintes textos:
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/cbve_apendice.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v38n1/22775.pdf
http://www.saude.ce.gov.br/internet/publicacoes/informestecnicos/informe_melioidose_19_05_04.pdf
http://www.saude.ce.gov.br/internet/publicacoes/informestecnicos/informe_melioidose_06_2005.pdf
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