Olha só. Com bom esforço e dedicação, eles conseguiram. Uma estrelinha pequenina brilhando na constelação de municípios com PSFs. Eles podem não ter nada, mas pelo menos têm saúde. Que sirva de exemplo para as grandes cidades.
Prioridade em saúde faz mortalidade cair em cidade do Norte de Minas.
Notícia publicada em 13/05/08
Janaúba, com baixo índice de desenvolvimento humano, faz gestão com foco em resultados e se destaca no cumprimento de uma das oito metas do milênio.
Programas de atendimento a crianças em casa, como o desenvolvido em Araçuaí, no Jequitinhonha, contribuem para reduzir número de mortes Janaúba, no Norte de Minas, a 547 quilômetros de Belo Horizonte, dá exemplo de como é possível oferecer um serviço de atenção básica em saúde mesmo em condições adversas. A cidade recebe muito pouco do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), a sexta pior arrecadação do estado, e tem o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais baixo da região. Ainda assim, conforme estudo divulgado na sexta-feira, baseado em dados coletados pelas Nações Unidas (ONU), para o acompanhamento das oito metas do milênio apresenta uma das menores taxas de mortalidade infantil do Brasil "4,1 crianças para cada mil nascidas vivas" quase igual a do Japão.
Segundo a revista médica britânica The Lancet, que publicou os dados, o Brasil ocupa a segunda posição entre os 10 países que mais conseguiram reduzir o número de mortes de crianças com menos de cinco anos desde 1990. O país ficou atrás do Peru na lista dos que mais avançaram. Para alcançar a meta, vai precisar diminuir em apenas 0,6% a taxa até 2015. Segundo a publicação, entre 1990 e 2006, o Brasil reduziu de 57 para 20 o número de mortes nessa faixa etária a cada mil nascimentos, uma diminuição de 65%. A meta é baixar para 19 o número de mortes a cada mil nascimentos.
O secretário municipal de Saúde de Janaúba, Helvécio Campos de Albuquerque, há sete anos ligado à pasta, credita o ótimo resultado do município, primeiramente, ao esforço político local. Segundo ele, até 2000, a cidade lutava contra índices similares a de países africanos: morriam mais de 30 bebês para cada mil nascidos vivos. A taxa, em anos anteriores, chegou a 35 mortos. Mas, a partir de 2001, o governo municipal elegeu como meta a saúde pública de qualidade.
Enquanto a Constituição determina às prefeituras a obrigação de investir pelo menos 15% do orçamento no setor, o município passou a aportar percentuais cada vez maiores, atingindo até 25% da arrecadação. "O diferencial é a gestão. Trabalhamos atrelados aos
resultados e os profissionais que cumprem metas recebem bonificações", afirma. Associada à visão intersetorial, com a união de outras secretarias em torno dos objetivos, Helvécio destaca a importância de somar esforços financeiros. "Empregamos da melhor forma possível o que é repassado pelo ministério e pela secretaria de estado", diz.
Capacitação e estrutura
- Mensalmente, o estado encaminha R$ 35 mil para a atenção básica em saúde. Pode parecer pouco, mas somado às verbas da União e à administração com foco na qualidade, faz toda a diferença - acrescenta.
Em 2001, equipes do Programa Saúde da Família foram ampliadas e hoje atendem 100% da população de mais de 67 mil habitantes. Em seguida, médicos, enfermeiros e demais servidores foram qualificados em cursos de pós-graduação oferecidos, em parceria com a Universidade Estadual de Montes Claros.
O processo foi implantado em caráter experimental há sete anos e já colhemos os resultados - comemora. Paralelamente, foram feitos investimentos em infra-estrutura, como aparelhos, salas climatizadas; prontuários eletrônicos, Unidade de Tratamento Intensiva (UTI)
neonatal, entre outros. "O estado nos orientou tecnologicamente de forma adequada e corremos atrás de fomento e recursos", lembra Helvécio Campos.
Outro trabalho importante é o acompanhamento da gravidez e neonatais de risco. Com as adolescentes é feito um trabalho preventivo para se evitar gestação precoce. "Quando ela ocorre, o município tem mecanismos para identificar a parturiente e oferecer um pré-natal
diferenciado e acompanhar o desenvolvimento do bebê mais de perto", acrescenta.
O secretário se refere às mães de 12 a 17 anos, analfabetas ou que deram à luz a bebês com menos 2,5 quilos.
- Essas informações são preciosas e os casos cercados. Assim, é possível reduzir drasticamente a mortalidade infantil - completa.
Fonte: http://www.uai.com.br/UAI/html/sessao_2/2008/04/12/em_noticia_interna,id_sessao=2&id_noticia=58686/em_noticia_interna.shtml
http://www.sbmfc.org.br/comunicacao/noticias/53c8be9e-8081-4c2a-963f-2489e7b4ba36.aspx.
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