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Fila de espera tem 66 mil pacientes
Brasília - O Brasil tem hoje uma lista de espera de 66 mil pacientes que precisam de algum tipo de transplante e apenas 15 mil operações desse tipo são feitas anualmente. A informação é do coordenador nacional do Sistema de Transplantes do Ministério da Saúde, Abrahão Salomão Filho.
Segundo ele, o Brasil é o terceiro país do mundo melhor preparado para fazer transplantes, depois dos Estados Unidos e da China. A dificuldade maior para a obtenção de doações é que a decisão precisa ser tomada individualmente pelos brasileiros. Para o médico, embora tenha registrado pequeno crescimento nos últimos anos, as doações ainda estão abaixo do ideal.
Há uma lista nacional com a demanda por doações e os estados têm centrais para recebimento de órgãos. Se um estado, no entanto, não tiver hospitais aparelhados para utilizar um determinado órgão, ele é encaminhado a uma central nacional, que funciona no Aeroporto de Brasília, junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O credenciamento de hospitais para a realização de transplantes passa por exigências rigorosas do Ministério da Saúde, que dá prioridade na lista nacional aos hospitais públicos.
"A legislação em torno do assunto é muito rigorosa, a equipe tem que estar muito preparada, com médicos qualificados e dotados de equipamentos de qualidade", disse o coordenador. Os hospitais têm interesse em trabalhar com transplantes, inclusive porque as remunerações nessa área, feitas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), são razoavelmente compensadoras, segundo Salomão. Ele reconhece que hospitais como o Albert Einstein, em São Paulo, são destaque nacional na técnica dos transplantes.
Para o médico, o número de doadores no Brasil é mais crítico do que se pensa, se for levado em conta que, na estatística de transplantes anuais, são misturados casos que envolvem a vida do paciente e cirurgias reparadoras como o transplante de córnea, de rim ou fígado, que podem ser feitos com doação de pessoas vivas.
Os doadores em geral são vítimas de acidentes, que podem oferecer órgãos, tecidos, a medula óssea e o sangue. O Ministério da Saúde pede que os candidatos a doadores avisem à família que, em caso de morte, concordem com a doação. Salom]ão lembrou que, no Brasil, a doação só ocorre com a permissão dos familiares.
Campanha do ministério alerta que "se você tem um doador na família, respeite a vontade dele. A importância da divulgação e conhecimento da intenção das pessoas por parte de seus familiares em relação à doação de órgãos é fundamental no momento da autorização de uma doação".
Da Assessoria de Comunicação do Cremepe.
Fonte: Agência Brasil.
Reportagem: Lourenço Canuto.
http://portal.cremepe.org.br/publicacoes_noticias_ler.php?cd_noticia=2209.
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