Muita gente não quer dar ouvidos ao que o Papa diz, porque o considera muito paternalista e suas idéias não são compatíveis com o mundo capitalista em que vivemos. Mas ele tem razão. O fato de muitos países ditos centrais continuarem nos explorando depois de quinhentos anos e levando as melhores coisas que nós produzimos, inclusive mulheres, nos faz parar no tempo e eleva nosso custo de vida, porque as melhores coisas quase não restam para nós, e quando restam, são cada vez mais inacessíveis. Até o arroz e o feijão que você come no seu cotidiano estão cada vez mais inacessíveis, o que é inadmissível, pois eles não estão em escassez e não estamos em guerra declarada. Os reais a mais que cada cidadão desembolsa periodicamente com tarifas, produtos e serviços, onde esse dinheiro vai parar? Os aumentos de custos são sempre repassados na forma de reajustes em cascata, até os mais fracos. O lucro desses reajustes, em que cofres vão parar? Alguém está ganhando com a inflação. Alguém está ficando cada vez mais rico. Mas essa gente covarde nunca aparece. Reajustes, reajustes, reajustes e mais reajustes. Esta palavra passa a idéia de que algo nunca está bom e que precisa estar sendo sempre consertado. Para os fornecedores, o preço nunca está bom. O lucro nunca está bom. Por isso, reajustes sempre. O governo deve ter um carinho muito especial com os fornecedores de energia elétrica, desde as privatizações. Quanto mais aumentam as tarifas de energia, maior a tendência a economizarmos. Quanto mais economizamos, menos gastamos. Quanto menos gastamos, menos pagamos. Quanto menos pagamos, menos eles ganham. Quanto menos eles ganham, mais eles reajustam o valor da energia, indo contra a lei natural da oferta e da procura. Tem sido assim desde a época do "apagão", quando tivemos que economizar energia e ainda pagamos mais por isso, para não deixar que as coitadinhas das companhias energéticas falissem, e ajudávamos o governo, pagando um tal de "seguro-apagão". Ainda tem gente que sente saudades da Era FHC. Tudo bem que o atual governo trabalhista não melhorou muito nossa vida até agora, mas coisa pior que o anterior ele não fez. Muita gente que critica o atual governo devia se envergonhar de tanta hipocrisia e se calar. Os tucanos são uns hipócritas, porque não sabem fazer melhor do que os petistas, a não ser para um grupo seleto de privilegiados. Os petistas também são hipócritas, porque criticavam demais no passado e agora não estão conseguindo fazer melhor do que seus rivais. Estamos entre a cruz e a espada. Para Presidente da República, sou mais eu mesmo.
Depois desta minha empolgação no teclado, veja o que o Sumo Pontífice tem a dizer:
Os países ricos não podem apropriar-se do que pertence aos países pobres, alertou Bento XVI.
Em um discurso aos novos embaixadores ante a Santa Sé de nove países – Tanzânia, Uganda, Libéria, Chade, Bangladesh, Belarus, República da Guiné, Sri Lanka e Nigéria –, advogou nesta quinta-feira por basear as relações internacionais na justiça, na solidariedade e na fraternidade.
Sua intervenção se converteu em um apelo a garantir que "os países que contam com bens em seu solo ou em seu subsolo possam ser os primeiros beneficiários".
«Os países ricos não podem apropriar-se, por eles mesmos, do que procede de outras terras», advertiu.
A chave do discurso do bispo de Roma pode se resumir na concepção da política, tanto no âmbito nacional como internacional, como um serviço e não como um instrumento de poder.
"No mundo de hoje, os responsáveis das nações têm um papel importante, não só em seu próprio país, mas também nas relações internacionais, para que toda pessoa, seja onde for, possa beneficiar-se de condições de vida decentes", constatou.A medida primordial em matéria política é a busca da justiça para que sempre se respeitem a dignidade e os direitos de todo ser humano, e para que todos os habitantes de um país possam participar da riqueza nacional. O mesmo acontece no âmbito internacional".
"A comunidade humana também está chamada a ir além da simples justiça, manifestando sua solidariedade aos povos mais pobres, com a preocupação de uma melhor distribuição das riquezas. É um dever de justiça e de solidariedade que a comunidade internacional vigie sobre a distribuição dos recursos, prestando atenção às condições propícias para o desenvolvimento dos países que mais o necessitam", reconheceu.
Desta forma, "além da justiça, é necessário desenvolver também a fraternidade, para edificar sociedades harmoniosas nas quais reinem a concórdia e a paz, para resolver os eventuais problemas que surjam através do diálogo e da negociação, e não através da violência em todas suas formas, que só pode afetar os seres humanos mais fracos e pobres".
Segundo o Papa, a solidariedade e a fraternidade revelam, em definitivo, o amor fundamental que devemos dispensar ao nosso próximo, pois toda pessoa que tem uma responsabilidade na vida pública está chamada a fazer que sua missão seja, antes de tudo, um serviço a todos os seus compatriotas e, mais em geral, a todos os povos do planeta".
Fonte: Zenit
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